Isso é… Neurose?

Nunca parei pra pensar que o jeito como meu mundo sempre parece que vai acabar poderia ter um nome específico. Que a melancolia e a hiper-racionalização de situações que nunca acontecem de verdade eram… Sintomas.

Ultimamente a falta de comunicação anda me causando crises atrás de crises porque uma situação qualquer pode gatilhar cenas e cenas na minha cabeça que fazem sentido demais pra simplesmente chacoalhar o corpo e esquecer. Eu tento focar em outras coisas, mas meu corpo trava. Minha mente para de funcionar. Tudo para de existir até eu conseguir me distrair ou decair de vez.

Ter sentimentos e me sentir culpado por eles, querer falar algo e acabar não falando por medo da reação dos outros… Todo dia.

As últimas vezes os pensamentos são de insuficiência. Inadequação. Exílio.

Não sou necessário aqui.
Não tenho função aqui.
Não fazem questão de mim.
Sou substituível.

A última frase anda gritando cada vez mais alto. Cada vez mais nítido. Cada vez mais frequente.

Se não consigo arrumar a casa,
sirvo pra quê?
Se não é a mim a quem vêm para afeto,
sirvo pra quê?
Se não sou capaz de suprir teus desejos,
sirvo pra quê?
Se não sou um ombro amigo a quem vêm para desabafar ou pedir ajuda,
sirvo pra quê?
Se não sou com quem você quer conversar durante o dia ou depois de um dia,
sirvo pra quê?

Eu sequer faço alguma diferença?

De repente tudo que foi construído nos últimos dois anos está caindo como se houvesse uma demolição planejada á bombas.

De repente minha casa não é mais minha. Minha cama não é mais minha. Meus móveis não são mais meus.

As decisões não são mais minhas.

Não tenho controle sobre as louças. Não tenho controle sobre as roupas. Me sinto numa festa que dura semanas. Estou exausto.

Toda vez que algo me impede de estar do seu lado (e só do seu lado) eu tenho vontade de me jogar da escada.

As vezes quando tem algo no caminho entre os raros momentos que estamos juntos, me sinto substituível. As vezes quando te ouço dizer que ama alguém, me sinto substituível. As vezes quando te vejo beijar alguém, me sinto substituível. As vezes quando percebo que você falou com outras pessoas e não comigo, me sinto substituível.

Se não posso dormir só eu e você na nossa cama, prefiro dormir na cozinha.

Se tudo é importante, nada realmente é.

Continuo me questionando se não estou te impedindo de estar em um lugar melhor, e isso dói.

Sei que não me encaixo em padrões e isso interessa, mas se tudo ao seu redor é mais intenso e interessante, o que então me difere? Se você quer e pode ir pra qualquer lugar, com qualquer pessoa, tem acesso e interesse de pessoas melhores em qualquer momento, pra quê eu sirvo?

(autor desconhecido)

Como eu vou falar toda vez que tenho uma exigência, que sinto uma necessidade, que estou incomodado com algo, se sempre me sinto egoísta, agressivo e arrogante ao falar qualquer uma delas?

Eu não consigo dizer que sinto sua falta sem chorar.

Eu não consigo dizer que não quero te dividir o tempo todo sem chorar.

Eu não consigo dizer que não quero ninguém deitado na nossa cama todo dia, eu não consigo dizer que se preciso abrir mão do pouco que tenho com você pra qualquer coisa não vale a pena, eu não consigo dizer que me enfurece outras pessoas mexendo nas minhas coisas por muito tempo, eu não consigo dizer que prefiro morar debaixo da ponte do que dividir nossa vida com mais alguém, não dá pra expressar essas coisas diretamente, não dá pra falar isso em voz alta, não parece ético, não parece legal.

Ter que admitir qualquer uma dessas coisas faz com que eu me sinta um monstro.

Então eu me calo… Porque eu quero te ver sorrindo.

Porque dói, dói pra cacete, mas eu prefiro te ver sorrindo com os outros do que triste comigo.

Se eu não sirvo pra te fazer sorrir mas ainda tenho um posto ao seu lado, me agarrarei a ele.

Mesmo que me impale no processo.

My life has been different

Lately things have gotten… Better? In some ways.

It’s weird. I know I’m getting better but I still feel so lame and miserable most of the time. I often feel like hormones are doing the work the medicine should be doing. If I’m out of one, the other doesn’t work as it should. It’s complicated.

I probably had something in mind when I started writing this but it all just vanished.

I guess I just missed writing.

The year is on it’s second half.

I’m gonna be honest, I have no idea what to think of it.

My little sister is already five. We’re coming close to two full years of pandemic restrictions. I haven’t posted a thing here since last year.

Yesterday I dreamt about my grandma’s cooking. She was making salad with chicken, almost a ceasar salad of sorts. I woke up sad, nearly miserable. I thought I was already well prepared for her condition, since I watched it grow without any other people from the family taking my warnings to heart… But it hurts nonetheless. I tried calling her twice but to no avail. The few times I texted her, her replies made no sense at all.

I don’t think I’m the same person as I was when this all started. I don’t think a lot changed either, it’s just not the same. Maybe I got better for not being there anymore, but then again… I’m not well yet. I’m undergoing treatment with a psychologist and a psychiatrist, taking meds and learning how to deal with my stuff even though I’m still not able to talk about my deepest traumas. I mean, some of them. I’m learning about myself.

On this self-knowledge journey the suspicion of ASD has arised once again, but this time with professional support and opinion. Being able to talk to the doctors by myself, knowing they have no contact with my family or some kind of obligation to report their diagnosis to them, is making it a bit easier to be honest about what and how I feel. I’ll be under analysis for the next few weeks or months to get a proper diagnostic. I’m looking forward to it, since it would make all those symptoms a lot easier to treat, deal with and explain.

I’m still making art. I haven’t been singing a lot recently, but I still write and draw. I’m still not a hundred percent comfortable with my singing voice, I don’t seem to be able to place it correctly as easily. It still needs some getting used to.

I’m in a polyamorous relationship right now. My boyfriend and girlfriend are the best people in this world. They’re my favorite people ever. I love them dearly. And we are so understanding with eachother I can’t imagine us having any sort of major problem ever. We can solve everything through talking and being honest. I couldn’t feel any luckier by having them by my side.

I think… That’s all I have to say so far. I’m turning 25 this year, I started this blog when I was barely 16. It’s been a long journey since then. I’m literally a different person, different name and all, but it all runs within me. All those knots on the line of my life are always gonna be there, no matter how long or knotted the line gets. So… What are our choices if not keep going?

All you asked is, do I feel better now ?
All I said is, do I have a choice?
Maybe I’ll find better ways to give a damn about bettering myself
Maybe we’ll see better days when the leaves start crumbling underfoot

(The Ressurectionist, or An Existential Crisis in C# – Frank Iero and The Patience)

Alvoreça-me

O que te move?
O que te faz alvorecer?

Quais os teus objetivos? Pra onde você quer ir?

Talvez não no futuro… Talvez agora. Onde você gostaria de estar? Pra onde gostaria de estar indo?

Talvez a resposta só valha a você mesmo. Talvez a resposta não faça sentido para ninguém mais, mas ainda é a sua resposta. Sua verdade.

O que você pode fazer para conseguir o que você quer, agora? Da forma mais louca, mais surreal que você pode pensar?

Que tipo de loucura você está disposto a fazer para alcançar seu sonho?

Refletir sobre essas coisas pode parecer inútil, mas não é. Pense como um desembaçar de óculos. Como afastar a névoa que bloqueia sua visão.

Nada é definido imediatamente. Apenas quando você o define, quando você toma a decisão.

Sua decisão pode ser tomada agora, ou depois, ou nunca. Mas pelo menos você terá enxergado as portas. Os caminhos que você pode percorrer. Como conferir o mapa antes de pegar a estrada pro desconhecido.

Não é tarde. Nunca é tarde. Nunca sabemos o que está na próxima esquina, na próxima virada à esquerda, no próximo alvorecer.

E sempre existe um próximo alvorecer.

(Soundtrack recomendada: Ludovico Einaudi – Oltremare)

reckon

Hi. It’s been a while.

I don’t exactly know why I haven’t been writing, but maybe that’s because things are sort of “ok”.

Today I had a dream featuring two of my worst ex’s ever. The one who broke everything down and the one who shouldn’t have returned. It also featured my current boyfriend. And… I was dealing exceptionally well with both of them, with the three of them actually.

The dream felt weird. But I think it also means a lot.

I’m probably being able to deal with all the demons and shadows of my past.

Maybe because of the person who’s with me right now, due to them being so understanding and having the same “kinds” of traumas I had. They’re okay with my traumas and the unwanted reactions I have because of those, and they’re understanding. They always try to help me when I freak out, and they very often do manage to help me.

Probably… They’re becoming my medicine, or an holy water of sorts; washing the curses away.

And I’m… I’m extremely thankful. Thought-full, a bit uneasy, but thankful. To whoever or whatever put them in my life, for good.

Everything that happened… It coiled up to bring me here. To meet them. And I’m thankful.

Maybe things aren’t going to end so soon… Maybe things aren’t that bad after all.

not me

they have everything i want

they have…. almost everything

they have choice.

i don’t.

 

nothing here is me.

nothing here says me.

if i were to vanish and take my stuff with me, it’d make no difference at all.

maybe some energetic difference, but if i were to clean and organize the room i sleep in every day, it’d really make no difference at all.

it’s not me.

it’s not me.

it’s not me.

not me

not me

not me

not me

this chair is not me, it’s her old chair she was gonna throw away.

this chest is not me, it’s their old chest painted white;

this bed is not me, it’s their old bed painted white.

this desk is not me, it’s the desk she chose.

this board is not me, it’s the board she was gonna throw away.

this wardrobe is not me, is the wardrobe from the room she chose.

i hate it.

i hate all of it.

i hate the room. she chose the worst room. she chose the back room for me. she keeps me in a cage.

i hate it.

i hate being here.

i hate existing.

 

the bars in the window make everything look even sicker than it should. there’s no internet in my room. there’s nearly no sunlight in my room. i have a lot of things assigned to me, but nothing is really mine. nothing is. i feel like my life is not mine either. i don’t know what i’m doing anymore. i don’t know why i’m here.

every day i come through this apartment’s doors i feel like i’m taking damage. residual damage. continuous damage.

 

i came here looking for help. asking for help. there’s no help in here. they’re just keeping me alive.

barely.

everytime i think any kind of rebelious thoughts all i can think is about that week i lived on the streets.

no one cares.

no one cares.

no one cares.

no one cares.

you could die and no one would give a shit.

it doesn’t matter.

it’s your problem. 

work for it. 

why can’t you work for it?

you should work for it. 

stop asking for help. 

stop trying to make people waste their times on you. 

they have better things to do.

they have better things to do. 

you’re not better. 

you’re nothing. 

you’re nothing.
i’m nothing.

 

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“this is not my home, it’s just where i hide my stuff.”

I wanna be in love

Sinto falta da intimidade, do carinho. Já faz um bom tempo que não tenho esse tipo de contato com ninguém. Não… Não daquele jeito, do jeito íntimo e intenso e que pode ser chamado de paixão, sabe?

Estou entediado com as trocas de afeição física raras com pessoas que confio apenas porque estas estão disponíveis e dispostas. Elas não passam disso, e isso não é algo negativo. Eu tenho apreço por ter tais oportunidades, entretanto…

Talvez seja só minha constante vontade de provar a mim mesmo e ao mundo que eu não sou arromântico e que consigo sentir essas coisas de verdade, sem ser uma mentira que conto a mim mesmo de forma teimosa.

Me tirem daqui…?

O ambiente onde eu moro se mostra cada vez mais, o pior lugar onde eu poderia estar.

É como se cada dia aqui cancelasse quaisquer efeitos positivos de terapia, psicólogo, hormônios…

Prefiro nem falar dos hormônios. Uma única dose em falta já me deixa completamente instável e eu acabo tropeçando em depressão outra vez. Parece que uma única falha no tratamento abre o calabouço sob meus pés e eu demoro um mês inteiro para me recuperar.

Embora esse não seja o ponto, é algo que possa estar influenciando no efeito das coisas sobre mim.

 

Eu moro com a minha avó. Ela sempre foi muito ativa e independente, sempre fazia questão de fazer tudo que lhe cabia e talvez a principal influência no meu pensamento de achar “pedir ajuda” algo extremamente humilhante. Sempre foi uma pessoa que espera a ajuda espontânea e reclama se você não adivinha que ela precisa. Sempre que pede ajuda pra algo hoje, é com uma mão “cobrindo” o rosto em vergonha ou rindo de nervoso porque não conseguiu e não sabe mais o que fazer.

Cada vez mais ela vem me pedindo ajuda pra arrumar a televisão (que a maioria das vezes é só ligar e trocar de canal), fazer uma transação bancária (pelo aplicativo no celular) e outras coisas que até não muito tempo atrás, ela fazia sozinha. Cada vez mais, eu preciso avisar mais em cima da hora o que eu vou fazer, porque se eu aviso no começo da semana que tenho médico, no dia ela se assusta quando eu peço trocado pro ônibus porque “não sabia que eu precisava sair.” Até aí é normal, uma situação lidável se for considerar que já passou seus 70 anos e ainda tem pique e gosto por cozinhar e ir ao mercado, fazer natação e ir de um lado pro outro sozinha.

Ela parece muito bem… Se não estiver no convívio constante.

E desde que eu voltei aqui para viver com ela, só eu estou nesse convívio constante. Vai completar um ano inteiro, e só agora algumas pessoas mais próximas (minha mãe, tio e tia) estão começando a perceber essas coisas as quais eu já falo há pelo menos, 7 meses.

Essa situação por si só já é imensamente desgastante.

—- P.S.: Esse post estava nos rascunhos, provavelmente inacabado por alguma interferência externa e eu acabei não conseguindo continuar. Data original, 30 de setembro de 2019 —

Minha realidade não é mais essa, e não sei se atualmente é melhor… Depende muito da comparação. Mas minha avó está morando com um de seus filhos e eu estou longe, em outra cidade. Não percam a esperança. Se eu consegui sair ileso de um parente com princípio de alzheimer, você também consegue superar o problema que está enfrentando agora. Forças.

Arranque minhas correntes

A pergunta segue correndo em minhas veias.

O que é realmente meu?

Eu comecei a olhar pra trás e perguntar o que realmente é meu e o que me foi designado por outros. Comecei a perceber como lá no fundo eu já gritava por essa liberdade de ser eu e ter coisas minhas há muito tempo, como por exemplo como eu era desesperado pra ter o cabelo colorido e era ridículamente frustrado porque minha mãe não deixava de forma alguma. E quando deixava, eram apenas “tons de vermelho” e embora eu tenha trabalhado muito com isso, quando eu finalmente pintei meu cabelo de verde, azul, roxo, por mais que eu não estivesse feliz com meu cabelo ou minha aparência num geral, apenas por ter finalmente feito o que eu queria fazer com o meu cabelo, foi a coisa mais satisfatória e libertadora que eu podia ter feito.

O mesmo ocorreu quando eu finalmente comecei a fazer as tatuagens que eu tinha ideia de fazer desde os doze anos. Foi impulsivo? Talvez. Mas eu realmente tinha essas ideias há muito tempo e até hoje quando olho pra elas eu me sinto satisfeito. Elas estão aí porque eu tomei a decisão de tê-las. São minhas. Minhas escolhas me levaram a tê-las. E eu as amo.

Assim comecei a questionar mais e mais o que é realmente meu.

Me vi completamente apegado às minhas canecas, o meu único prato e copo de plástico que comprei quando morei sozinho, assim como meu um garfo, uma faca e uma colher. Eu ficava enfurecido quando não achava alguma das minhas coisas. Porque eram minhas. Eu via que não era saudável, mas eram minhas coisas.

Mas ver que não era saudável não me fazia entender o motivo. Aos poucos conforme o tempo foi passando eu fui percebendo ponto a ponto, cada coisa que não era realmente minha e que me frustrava exatamente por causa disso.

“Meu quarto” nunca foi realmente meu. Quando era criança eu dormia sozinho nele, mas quem decidia onde ficavam as coisas (e que coisas ficavam lá) eram meus pais. Depois, dividia o quarto com a minha mãe, então era o quarto dela. Eu fui frustrado por muito tempo por não poder colocar pôsters na parede. Era tudo que eu mais queria, eu queria ter algo meu, mas não podia. Era o quarto da minha mãe, na casa da minha avó, onde eu dormia junto. Não era meu. O computador não era meu. O armário não era meu. A roupa de cama não era minha. Quando eu fui pra uma pensão, o quarto não era meu. Era o quarto da pensão onde eu e mais três pessoas moravam… Digo, dormiam. Não dava pra realmente morar ali. Era só um quarto numa casa onde mais de sessenta pessoas moravam. Nada era meu. Só minha roupa de cama e as coisas que eu guardava muito bem trancado no armário de uma porta que só era “meu” porque eu comprei a tranca que usava. Também não era meu. Na outra pensão também. Era o quarto de uma menina onde eu dormia num canto num colchão emprestado. Meu armário eram minhas malas…. Quer dizer, as malas eram emprestadas dos meus avós, também não eram minhas. Mesmo depois de voltar, era sempre “meu quarto na casa de fulano”. Ou então “minha cama na casa tal”. Eu nunca tive meu quarto.

Eu posso ter escolhido pra onde eu fui. Posso ter escolhido onde dormi. Eu sei que eu só passei por onde passei por escolha minha, mas nada era meu a não ser a escolha. Isso me aperta e me afoga mais do que muita coisa pior que eu já passei.

Percebi que comecei a me revoltar com as coisas que eram realmente minhas quando questionei meu visual. Eu nunca tinha escolhido quem eu era. Meu “estilo” era apenas roupas que havia ganhado de presente de familiares. Eu não tinha minhas roupas, eu nunca realmente escolhia elas porque as vezes que eu escolhia algo, era com alguma das minhas avós junto e elas tinham que gostar também. Eu não tinha realmente meu cabelo porque eu ainda tinha que agradar minimamente as pessoas que viviam comigo. Então foi mais fundo, eu nunca escolhi ser daquele gênero. Quando eu percebi a imensidão do quanto eu estava sendo miserável por aceitar as escolhas que eu nunca fiz, eu cheguei ao fim do túnel… Mas ainda não era o fundo do poço.

Fundo do poço eu cheguei quando eu vi que nenhuma das escolhas que eu fizesse iriam ser dadas a mim da mesma forma que as escolhas dos outros foram enfiadas em mim a vida inteira.

Você quer seu próprio estilo? Trabalhe por ele. Mas eu não precisei trabalhar pelo estilo que escolheram pra mim. Pois bem, problema seu.

No “mundo real” é assim. Os outros fazem escolhas pra você.

Ou você decide o que você quer e boa sorte não servindo pra absolutamente nada que a sociedade quer. Você está sozinho por escolha própria, vai se virar por escolha própria pelo seu próprio egoísmo. Aceite. Ou você deixa que os outros decidam por você ou você fica miserável e trabalha dez vezes mais. 

Eu comecei a me revoltar de verdade.

Eu não quero saber do mundo ou da sociedade. Eu quero ter minhas coisas. Eu quero ser eu mesmo e apenas isso. Quem não quiser me aceitar não me merece. Eu preciso me impor, eu preciso existir.

Então o quê mais foi imposto a mim?

Meus gostos eram meus, mas muita coisa foi influenciada por opiniões alheias e principalmente por relacionamentos passados. Comecei a revisitar várias coisas do meu passado. Disso eu gosto mesmo. Ah, disso eu não gosto muito. Uau, eu gosto muito disso! Aos poucos remodelei meus gostos. Estilos de me vestir e me portar que eu gostoMúsicas que eu ouço porque eu gostoNão por querer impressionar alguém, não por querer me encaixar em algum grupo. Coisas que não gosto simplesmente porque não me agradam, não porque fulano de tal achava ruim ou ciclano achava “coisa de perdedor”. Eu gosto. Eu. Me agrada, eu quis pra mim, eu sou.

Amigos que eu fiz. Meus amigos. Pessoas que eu convivo porque eu quero estar perto delas. Não porque eram as únicas opções, não porque eu queria estar perto de apenas uma pessoa naquele grupo, não porque eram “os únicos que eu poderia ter naquele momento”. Deixei de ter medo de ficar sozinho – claro que não completamente. Apenas o suficiente pra realmente dar peso ao ditado “antes só do que mal-acompanhado”. Eu não gosto de fulano? Não vou ficar perto de fulano. É desrespeitoso com alguém não estar lá naquele momento porque fulano vai estar lá? Foda-se. Eu não preciso me desgastar estando na presença de uma pessoa que não me agrada e não me faz bem só porque outra agrada. Se a pessoa ficar ofendida por algo assim, ela não realmente se importa comigo. Não me merece.

Foi assim que acabei fazendo novos amigos. Amigos de verdade. Pessoas que eu me aproximei porque quis, pessoas que admiro e gosto e demonstram gostar de mim também, gostar da minha companhia. Pessoas que tem gostos parecidos com os meus, que são só meus dessa vez. Eu me perdi completamente na sensação de ter amigos. Eu não tinha amigos há muito tempo e nunca havia sido capaz de perceber pelo simples motivo de não ter referência de como era… A memória havia se perdido completamente nos últimos anos tumultuados e perturbados. Então… Se eu não tenho amigos há tantos anos, o que são essas pessoas que eu chamei de amigos até agora? Quem dessas pessoas realmente são meus amigos? De quem eu escolhi ser amigo?

Me doeu ver que a pessoa que eu sempre dei o título de “melhor” não era realmente um amigo há muito tempo e eu só não havia percebido porque não tinha amigos pra saber como era. As coisas haviam divergido e se perdido há tantos anos e eu me prendia porque eu achava que aquela era minha referência de amizade… Mas eu estava enganando a mim mesmo e à pessoa. Anos de enganação ingênua e inocente, uma toxicidade absurda desconhecida pros dois lados pois estavam a tanto tempo sem saber o que era ar puro.

Hoje olhei a minha volta e bem… Eu não tenho mais nenhum dos “pilares” que definiam quem eu era antes. Todas as coisas “mais antigas” que eu tinha na minha vida se foram.

E eu não sinto falta de nenhuma delas.

Eu me sinto leve. Embora todas as minhas ansiedades, depressão e tudo mais que vem me acompanhando sob a cláusula “saúde mental” (ou por assim dizer, a falta dela) nada disso muda a leveza e a liberdade que eu sinto por dentro.

Agora as únicas coisas na minha frente são essas coisas que eu poderia abandonar mas não seriam corretas de se fazer. Não por conta de algum padrão social, mas pelos meus próprios valores.

Eu sou a pessoa menos qualificada pra morar com a minha avó. Eu não tenho saúde mental pra lidar com ela envelhecendo. Eu não tenho tido saúde pra alimentar a mim mesmo sozinho, imagina lidar com todas as contas de um apartamento que eu nem uso? Que nem é e nunca foi meu? Lidar com a vida de outra pessoa por inteiro! Eu não tenho condição alguma de fazer isso e ainda tentar resolver minha vida, mas eu aparentemente sou a única pessoa habilitada a fazer isso agora e isso está me drenando cada vez mais.

Eu não quero voltar pra lá. Eu chamo de “casa” porque depois de tudo o que passei, pra mim “casa” é onde minhas coisas estão, e elas estão lá no momento. Mas não é meu quarto. Eu não escolhi o apartamento. Eu não escolhi o quarto. Eu não escolhi o armário. Eu não escolhi absolutamente nada, não é meu. Não entra sol pela janela, não tem como abrir ela por completo, além das grades… Céus, as grades… Desde a primeira vez que entrei naquele quarto ele deu a sensação de exatamente o que ele é: Minha cela no fundo da masmorra. Se eu quisesse me matar ali eu não conseguiria.

Mas eu não posso ficar passeando de casa em casa dos meus amigos fugindo do problema, isso não resolve nada e eu sei que não. Mas agora eu não tenho mais nenhuma amarra do passado, só a do presente e eu tenho que tirar força de onde for pra conseguir me livrar dela. Mesmo que seja minha força em cápsulas, que eu ainda tenho que pedir ajuda pra comprar…

Céus, eu não aguento mais precisar de ajuda pra simplesmente existir.

 

 

 

 

 

 

 

Is it you?

What is it that is yours?

What, that is within your life, that is truly yours?

Did you choose it?

Because sometimes, even if you did, it’s not yours.

Where do you live? Did you choose to live there? Did you choose the color of the walls or the way to lock your door? Did you choose the door?

Did you choose your bed, or do you just sleep in it? Did you choose the mattress or the blanket or the pillow? Or do you just use it because it was attributed to you? Because you were allowed to use them?

I don’t feel like I have a home. I had snippets, little tastes of what it feels like. My mind got so obsessed with it that some things became clearly unhealthy, but at the same time they are the things that tie me with sanity. I need to have my things. Things that are me. Choices that were totally and completely and uniquely mine.

I need to be set free. I need to get free. I need to be around everything that is me. 

cyanide

There was nothing they could do.

It really is nobody’s fault my mind is twisted.

It’s not just because I know my problems that they will cease to exist, it’s not like that… I wish it was.

My body is reacting negatively to hormones.

You read this and you think it’s testosterone, right? It’s not. It’s the lack of it. It’s estrogen. And I don’t need any kind of fancy exams to know it, because it happened before.

The last time depression was this bad was when I was being forced to take contraceptives (that, in case you don’t know, it’s feminine hormones.) (also the reason why transfeminine people’s HRT is easier to be done without doctors even though it’s highly recommended not to.) and I felt in my soul the difference it made when I sneakily just… Stopped taking them. You see, at the time I didn’t even consider I was trans, so it was way before I ever thought of taking T… So it’s unrelated. Yet now I’m getting there again and you know what? It wasn’t that bad two months ago. It’s getting worse each day, ever since my father tricked me and freed himself of paying me allowance and I couldn’t buy my doses again. It’s been four months. That’s nearly seven doses since then.

And I’m feeling just as suicidal as I did nearly a year ago, before starting HRT.

Yeah… I know it sucks. I’ve considered getting them somewhere else, but even for that I’d need money.

You could say “why didn’t you get a job already?” but… I’ve tried. I worked. They said they couldn’t keep me because I was having panic attacks twice a week. Since then, I hadn’t received calls back from anywhere I sent my resume. It just… It just doesn’t work.

Even if it did… I don’t know if I could work for a whole month in the state I’m currently in to get the money just by the end of it.

So I just wanna die.

I wanna end it. I know it’s not worth it, I know there’s a future, I know there are people who care and would be moved badly if I did it.

These have been my excuses for all these years. For all the other times I wanted it to end.

Thinking about that made me give up. Made me look back and reconsider.

But this time I… I just don’t know if it’s enough.

I’m trying to hold on to my reasons, even the toxic ones.

The fact that my grandparents could literally die of sadness if I went first.

The fact that my best friend could loose all her hopes if I died first.

The fact that my mom wouldn’t be able to take care of my sister, out of depression, if I died first.

I feel trapped and desperate, but at least I’m still alive.

That’s… How it’s supposed to be, right?

No qual, eu vivo

As coisas podem não estar se saindo do melhor jeito possível, ou do jeito que eu imaginava, mas ao menos… Estão saindo.

Estou em movimento, em produção, seguindo em frente mais uma vez, eu acho.

Falo assim por não ter certeza se estou seguindo em frente ou em que sentido estou indo, mas o fato é que estou me movendo. Nos últimos dias me afastei um pouco de casa pra respirar, e pra minha (não muita) surpresa estou melhorando apenas por não estar lá.

Não é como se todo o vazio e a apatia houvessem sumido, não. Eu continuo tomando meus medicamentos, mas demora para que eu tenha vontade ou consiga reunir forças pra fazer algo.

Ontem e hoje de manhã, desenhei. Consegui fazer mais uma pequena peça completa de ilustração, e fiquei orgulhoso de mim. Varri a casa que não é minha e na qual eu não moro, mas estou passando uns dias, e fiquei feliz comigo mesmo. Agora estou aqui, sentado de maneira desconfortável, com um teclado em minhas mãos escrevendo em uma tela de televisão nada discreta, torcendo para que tenha reduzido a fonte o suficiente pra ter algum tipo de privacidade….

Do que estou falando, sou apenas grato por poder escrever.

Não sei quanto tempo vou poder ficar aqui, na sala, visto que logo mais as pessoas que dormem neste cômodo devem chegar… Portanto devo seguir com meus textos. O fato de estar consumindo fanfics nos últimos dias como nicotina vem me deixando cada vez mais ansioso pra jogar pequenos contos no mundo. Pequenas histórias de paixão, amor, luxúria. Pequenas estórias. Pequenos pedaços de mundos e personagens que tem o que a vida real não me deixa ter… Não ainda. Pequenos pedaços de esperança e aquele calorzinho no peito que nos faz sorrir. Porque é isso que eu quero dar ao mundo… Não tapas de realidade como estou acostumado a fazer em outros meios, não. Agora eu quero dar pequenos momentos de euforia e empatia e amor. A realidade já está árdua e lamacenta demais para que produza mais desse mal.

Não quero criar coisas que deixem as pessoas pra baixo, não agora. Quero criar pontos de luz.

Epitáfio…?

Chega a ser repetitivo e chato ler tanto sobre depressão, não é?

Sinto muito por isso… Pra você que, teoricamente, está me acompanhando. Embora eu constantemente duvide que alguém realmente acompanhe este meu grande depósito de drama.

Mas é assim que tenho vivido. Me dói ler os textos felizes, pois quero me apegar a eles e continuar sentindo aquela emoção, mas ela simplesmente não vêm. Quero sorrir e descruzar os braços e sair da cama e fazer algo produtivo, mas simplesmente não consigo. Eu tenho perdido peso e embora eu ache isso incrível e esteja feliz, algo me diz que não tá sendo de um jeito saudável… E eu honestamente não consigo ligar.

Cada dia que passa eu tento mais me agarrar a algo, aos meus ídolos, às minhas grandes inspirações e às palavras que eu mesmo digo, que pra fazer algo acontecer só é preciso fazer, mas… O máximo que eu sinto é melancolia. Melancolia e um desejo que vem do fundo do meu ser, de levantar e fazer… Mas um outro lado dizendo que ainda não é a hora e que algo dentro de mim prestes a explodir vai fazer tudo rápido demais se apagar a dor por completo.

Eu quero explodir… Eu quero sair fazendo as coisas e existindo de verdade, mas por enquanto eu continuo sobrevivendo dia após dia. Eu não aguento mais. Eu não quero mais. Eu preciso de ajuda, e só eu pareço ver isso. Eu tenho vontade de ir até uma clínica psiquiátrica e implorar pra me internarem. E eu sei que se duvidarem, eu não hesitaria em tentar me matar ali mesmo.

Mas as responsabilidades que caíram em cima de mim são pesadas… Minha avó não tem ninguém mais com quem contar. Todos se metem mas ninguém está aqui. Eu falo há tempos que ela está mal e ninguém realmente me dá ouvidos. Ou esperam que eu esteja fazendo algo. Eu não quero essa responsabilidade, mas ela é minha única chance de sobrevivência. Eu só tenho este teto no momento e… Eu não quero… Eu não quero voltar pra rua. Eu não quero voltar a sentir aquela fome atravessando meus órgãos e partindo minha consciência….. Eu não quero voltar a frequentar o pronto socorro como igreja. Não, eu não quero voltar pra essa vida, eu não quero mais… Eu não aguento mais esse sofrimento engasgado em forma de consequências aos meus próprios atos.

Eu quero viver.

Eu quero viver, mas que saco!

Me deixe viver!!! Me deixe fazer algo válido, algo útil, algo que deixe minha marca aqui! Eu não quero mais só sobreviver, eu quero existir! Por quê porras você não me deixa fazer isso em paz, universo? Que merda de momento é este que não chega! Quanto tempo mais eu vou ter que me agarrar a esta agonia, este anseio, apenas porque nada mais passa por meus dedos? Eu não aguento mais estar aqui! Eu não aguento mais! E eu já falei isto diversas vezes, é só olhar pra trás! As coisas podem ter mudado, mas no fundo, isso ainda está aqui! Todo dia que passa é um novo dia o qual eu falo que a vida é simples, que os problemas são coisas que nós mesmos fazemos, que há beleza em tudo, que gratidão é necessária, mas por mais que eu pratique tudo isso eu não tenho resultados! Ao menos não resultados que me façam querer continuar vivo. Não resultados que me façam acreditar que eu mereço as coisas boas que acontecem. Eu só consigo me culpar. Me culpar e sofrer mais.

E não adianta me falar que não é pra ser assim, porque eu sei que não é.

Mas não venha me falar como deveria ser, porque eu já tentei isso também.

E mesmo assim eu vou continuar sobrevivendo, porque eu sei que eu sou tão esperançoso quanto sou covarde, acreditando que algo sim vai mudar e o destino vai escolher apenas as melhores opções pra mim.

Rascunhos perdidos em crise

E eu não vou mentir.

Eu sabia que ler sobre o amor me causaria isso. Mas eu li mesmo assim.

Eu sabia que ler personagens tão confusos, problemáticos e errados como eu iriam me fazer me analisar e pensar sobre mim. E eu não queria isso. Mas eu li mesmo assim.

E agora que a verdade é constantemente esfregada na minha cara por mim mesmo, pelo quanto eu me vejo naqueles personagens e me vejo forçado a refletir, minha reação foi beber.

Não foi fumar. Não foi escrever. Não foi desenhar. Foi beber. Como sabia que iria acabar fazendo.

Porque é a única coisa que consigo fazer quando me vejo desprezível. Culpado demais. Quando eu percebo o peso das consequências, das coisas que fiz sem ao menos prestar atenção. Quando eu vejo que antes de estar ferindo alguém com palavras vazias, eu estava mentindo pra mim mesmo. E eu, me vangloriando tanto da minha honestidade, não conseguia ser honesto comigo mesmo.

Eu não quero pena. Não quero suavizar minha culpa. Eu sei que minhas palavras vão machucar, de qualquer forma. Eu sei que vai causar um efeito negativo. Eu sei que vão haver pessoas me criticando, me julgando, me xingando, desejando minha morte e eu não as censuro. Eu sei que eu mereço. Eu sei que eu fui um grade filho da puta e as pessoas só vão ver o resultado final, porque eu sei que explicar não justifica, e eu não tenho justificativa.

Mas eu quero que saia da minha vida.

Saia, e se puder, não volte nunca mais.

Eu não aguento mais me sentir endividado. Eu sinto como se eu lhe devesse sentimentos. Favores. Eu sei que você não virá os cobrar, mas eu me sinto endividado. Porque você sempre sentiu tanto por mim, e fez tanto por mim, e eu não consigo sentir nada.

Porque eu mentia pra mim mesmo sobre sentimentos. Porque eu afirmava pra mim mesmo que eu sentia algo sim, que a amizade era forte, que havia algo além disso. Afirmava tanto que me fazia acreditar, e até falar pra você. Eu me fiz acreditar nas mentiras que contei pra mim mesmo, porque eu era egoísta e carente.

Eu jamais ousaria assumir que eu era egoísta. Que eu me agarrei a todos que me faziam sentir querido e amado, porque era tudo que eu queria. Eu era desesperado pela ideia de que pessoas gostassem de mim. Eu sou. Mas eu também jamais seria capaz de assumir, em qualquer passado, que eu tinha consciência disso. Porque eu tinha, eu sei. Mas não compreendia. Não compreendia a gravidade do que se tornaria essa bola de neve ácida, corrosiva.

Eu não sabia que proferir aquelas palavras que lhe encheriam de esperança, completamente vazias ao serem ditas por mim, me machucariam por tantos anos. Eu não sabia que elas me sufocariam e me prenderiam ao inferno.

Não há final feliz. Não há resolução neutra. Não há jeito bom de assumir.

Eu nunca amei você.

Eu nunca amei ninguém.

Ninguém, nunca passou de uma amizade legal.

I need to vent

And the best way I do that is writing. So here I am, even though I hate writing too much on my phone, it makes my thumbs hurt and I get cramps.

Questioning my gender identity was one of the best things I did. Because I always questioned that, unaware trans people actually like, existed. Were real. And doing hormonal treatment and being happy and pretty. I never really knew that was an option until I met a trans guy and got involved with him.

I thought I was madly in love with him, but deep down I knew he was an asshole because of the things he would say all the time. That’s when I started questioning why did he seem to shine like a quest NPC in a game? And then I started to realize… He was not the love of my life, or a good possible relationship either. He was not the question. He was the answers.

The answers to why I would look myself in the mirror when I manage to cosplay as male character and feel great. Why I was so interested in “pretending I had a different name and was a male cousin to my actual self” on the internet when I was a teenager. Why I always hated my breasts and the way people would look at me. Why all the time someone managed to convince me to dress up pretty I would look at myself in the mirror and cry my soul out in disgust.

So. There’s that. I’ve always been a boy in a female body and I never knew I could actually go after treatment and being my whole self. And now I am.

I have never felt so much like me before. I like myself. I don’t hate my body. Just the breasts because I always hated that, but that can also be solved.

But for some reason, while that side of my life and identity was solved, another fell to pieces.

I’ve begun to question my sexuality and feelings.

I mean, I never questioned that before because I’ve always been pretty much pansexual. Maybe a little more inclined to like boyish things (I think the term is androsexual? Like, attracted to the male aesthetic, not necessarily men, I guess). But still. I never saw gender, genitalia or anything like that as something that would change or interfere with my attraction to people. And it never did! It still doesn’t.

What I started to notice is, I started to feel completely uninterested in sex at all. I don’t hate it, I just don’t really…. Feel anything from it. It makes me feel weird and sometimes even disgusted afterwards. If it’s with people I’m friends with, or one night stands. I tried it all, and I disliked all. I might even feel a rush of libido at the spike of the moment, but it vanishes super quickly.

So I started to wonder if I was demisexual. Like, I need to have a bond with the person before having intercourse. And I was starting to feel comfortable and relate with that label, I had sex with people I had rely strong bonds with. My oldest friends, stuff like that. And guess what? It felt horrible.

I’m pretty sure I never told anyone that and I might’ve even been dishonest by saying I liked it in order not to let people see through my confusion – I’m sorry for that – but I was too lost trying to understand myself to care about what I was saying.

And there’s the even more confusing part… I’m not asexual, because I do have interest in sex and I know I do feel pleasure with it. So I’m definitely demi…

But I’ve also realized I’m aromantic.

I’ve… Met this person at the very end of the last year. I felt something strong for him. We had this… Thing. We were together for two or three weeks while he was here. He showed this surprise with how weird and strong was what he was feeling as well. We didn’t exactly match, he had his plans going on and I was completely lost in life. But still… Every day I woke up by his side and I saw his face, I would actually enjoy the sunlight. Everytime I would randomly catch him staring at me with a smile, I would melt. He thought I was ridiculously pretty and hot. And I wouldn’t understand why. But I felt exactly the same for him, and he wouldn’t understand either. We had similar tastes for music, food and games. I admired him and the shine on his eyes when he talked abort his plans for the future. For his career. He was everything I never knew I needed. But then again, we didn’t really match in terms of plans for the future. And ideas on relationships. And when he went back home, to his state… I felt lost.

I realized the enormous hole that left in my life.

I realized I have never, in my life, been with anyone I was romantically attracted to.

Everyone… Every boy and girl I’ve been with… I was interested in them. Probably even liked them, like, cared a lot. Wanted to be near them. Or was really interested in how they seemed to feel for me. But that was not being romantically attracted, and I realized deep down I knew it. Because I was always either terrified of talking to those people or way too self conscious to even try. I remember the actual people I’ve been romantically attracted to, they weren’t even my friends. I also remembered most the times I’ve felt anything strong was either through reading or writing fiction, role-playing online or directioned to fictional characters.

So… It’s not that I don’t feel romantically attracted to anyone. It’s just ridiculously hard for me to. And even harder for people who strike me those feelings having anything back to me.

The hole that boy left in me… Is the hollow of knowing exactly what I have always starved for.

And I keep having this. Like I don’t really want anyone near me. I don’t want one night stands. But I miss that stupid shine in their eyes looking back at me, making my heart stop and my chest tremble. I miss the smile that would have me breathless in the morning. I miss being able to feel so much for someone and recognizing retribution.

And I don’t know anyone else that can bring me that right now. And I lost interest in everything else. I can’t make myself feel those things, they just happen. And I just don’t wanna do anything besides kissing.

The only things that make me feel like I have a fever, with my heart about to come out of my chest, like he once did… Is reading fiction.

So… I’m apparently demisexual and aromantic, making myself either impossible or very difficult to work it out.

And… I started to wonder if I even want to work it out. I like the quiet. I had learned to be by myself again, and I dig it. But the feelings… I wish I could feel them for someone.

An Umbrella-shaped hole in my heart

I see the night sky
I see the clouds fly
But anywhere we go
I’ll bring an umbrella with me

I don’t think about it so often
Maybe I should discuss a bit more
Oh, I love the shade of honey
That the rain pours in my heart

Drop by drop they rewind
And without tears I remind
That all I’ve got is my own
But it’s to them that I owe

All the smiles I’ve smiled
All the art I ever made
They helped me exist, well
They have made me resist

And when I see where they got
Where they’re getting right now
Everything fills my eyes with
Honey-tasted tears of joy

Feeling proud is weird ‘cuz
I had nothing to do with it
But it’s because they got there
That tonight I’m still here

Thank you for all your work
Thank you for the antidote
And for letting us appreciate
Exactly how amazing it is
To have survived.

wish me…..

I don’t know exactly what is going on anymore.

With me, with my life, with everything around me.

At the end of the last year my father had started a sue agaisnt me in behalf of the allowance he has to pay. I was out of my medicine and I asked him to turn it down so we could set a deal ourselves because I was unable to deal with such things at that moment. I was ill of body and mind. And he seemed to cope with that and sent me a deal. I signed it and gave it back to him. He said that was enough for it to be settled. I trusted him.

What a stupid, naive fool I was.

He didn’t send the deal. The trial happened and I was taken for absent. I had no right of defense, so he turned it his way and freed himself from the legal obligation. And he didn’t tell me. So there I was, counting on that guaranteed money to pay for my meds, and it didn’t come. And I asked him about it, and he didn’t answer. He answered a few days after though, with pictures of the documents explaining the result of everything.

I never felt so betrayed, yet it didn’t even surprise me. It didn’t surprise anyone. My mom, my grandmas, my friends. We’re all just… Disappointed. Me and my mom were talking about it and we concluded both of us jsut feel… Pity. Pity he became so low.

Yet now I’m in debt with the bank because of my meds. I’m in debt with the school I’m taking programming and design classes. It’s not because he cut the allowance, it’s because he didn’t tell me. Because he only told me about all that after the due date for usual payment. I’m fucked up to my throat and I feel hopeless and useless.

At the same time, on the other hand, I’m producing so much. Paintings, music, I’m getting myself a better workout routine so my physical health is getting stronger, I’m singing regularly so I’m getting used to my new voice and getting better, I’m drawing and painting with watercolors a lot so I’m making prettier and sharper paintings, I’m writing more and more songs so not only they are sounding better, I keep an inspirational routine going.

Still I feel suicidal everyday I wake up before I take my meds and everyday when I go to bed.

I’m getting friends and meeting people and talking to them and it makes me happy. I hold on to the memory of meeting one of my hugest idols and inspirations to keep going. I hold on to the thought that I came so far I have to make something out of it now. I hold on to the thought that funerals are expensive as fuck and being alive is cheaper for anyone around me. I hold on to the thought that if I kill myself I’ll cause traumas and bad timelines for everyone I know.

yet… i feel like it doesn’t matter
i feel like life is not worth all that much
even though i hold on to my art and my voice
even though i feel like i still have a mission at this timeline, at this earth
i feel like im…
too little for it.

Wish me

This year is… Curious so far.

Some things happened at the dawn of December and even if I was not expecting some of them, I was not really surprised by any.

Some people left my life in a very disappointing way. And some others simply popped in or back. Just there. Natural course of life, I guess. Sometimes you need to free up some slots to get new stuff right? Maybe it’s the same with the people you hold too close.

I’ve kinda got a job but not really? And now it seems I won’t be getting it? It’s a bit confusing and uneasy and that’s exactly how it is. It’s lame. I was very happy and excited about it but it feels wrong now. It feels like… Like I would put too much effort in something that’s not gonna get me where I want to. I think the stars are guiding me again.

But on the other hand… Each day without my ADHD medicine feels empty and useless and it’s not because of the medicine. It’s because my brain had this problem making serotonin and I just don’t… I just don’t. I wanna do stuff but everything distracts me. I wanna do stuff but my body won’t correspond. I wanna be on time but I just forget about it. I keep forgetting stuff, like time and priorities. I knew I was like this before, but I didn’t know just taking a pill to the main problem would change everything so easily! Well… Not that easily. It’s expensive. But it makes such a big stupid difference… I want it back.

I want my clear, decided mind back.

Wish me luck and moneys, guys. It’ll help me through the year.

This year, I feel free

I’m free of all my chains, free of all my curses. Free of all the past.

My birthday came and just passed, and it was all fun and happy times. I haven’t felt that since childhood. And I don’t know how to properly express my relief, to be honest.

I’m just really glad and really thankful for my new friends. For everyone that’s in my life right now. Because you’re what’s good this year, and I want you guys here next year too.

Thank you for being my friends. Thank you for being with me. Thank you for making me happy.

Devaneios na Biblioteca

Almas, hã? Presas em pedras. Almas de bruxos que causam estrago se não fizemos o que elas pedem. Almas…

Ben…

…Mas que diabos! Por quê as coisas tiveram que ser assim?

Hein, você aí fora?

Qual é a tua, universo?

Eu sei que as coisas sempre acontecem por algum motivo, eu sou a encarnação das tuas singularidades, mas por quê?

Hein???

“Não acho que levantar a voz com o céu vai adiantar alguma coisa.”

É claro que não vai, as respostas nunca vêm de forma clara!

Aff…

Ah, qual é a minha… Gritando pela janela… Estúpido. Espero que ninguém tenha escutado. Mas… Astro, será que ele dormiu no chão só por causa da nossa conversa? Ou foi por causa da conversa com o Harry?

“Mago, você sabe que eu sou-”

Uma extensão de mim, eu sei. Não sabe nada que eu não saiba. Eu sei.

“Talvez eu pudesse tentar sentir o que o grimório dele está sentindo, se você lembrasse o nome.”

Diabo…

“Não parece o nome do grimório de ninguém nos arredores.”

Que..? Não! …Desculpa, Astro, eu tava irritado porque não lembro. Era Vanir, Javir ou algo assim, lembrava um nome de uma mitologia qualquer, mas eu não tenho certeza. E eu não me sentiria bem fuxicando os sentimentos dele assim, não parece certo. Eu só queria que ele fosse honesto comigo, cara.

Agora eu contei quase todo meu passado em resumo pra ele e dele eu só sei que ele foi treinado pra ser caçador de bruxas e foi forçado a matar a mãe. E depois forçado a acreditar que ele fez isso por vontade própria. E agora é arrependido o suficiente pra querer dar a própria vida pra trazer ela de volta. Trazer ela de volta!

Não precisa nem de bom senso pra perceber que os resultados disso devem ser desastrosos! Talvez até piores que a realidade! E ele não me contou nada da viagem, não contou nada de como ele cresceu, ou de como estava o pai dele.

Caramba, eu ajudei a salvá-lo! Ele não falou nada!

Porra, Astro, me diz! Que que eu fiz de errado?

É tão tosco assim eu não ligar pros erros de antes ou de que lado ele tava no começo?

Eu sei que foi ruim, não preciso estar lá pra saber! Empatia o nome! Eu lutei contra ele no passado, eu vi ele estraçalhando pescoços de pessoas! Eu sei que ele matou o cavalo! Mas ele se arrepende, todo mundo vê isso!

Ele sabe que foi errado! Ele sente isso!

Até aquele Espírito da Redenção viu isso! Ele não é mais-

POR QUÊ HEIN? POR QUÊ MINHAS PALAVRAS NÃO TÊM FORÇA O SUFICIENTE?

“Gritar na janela não vai-”

POR QUÊ MEUS SENTIMENTOS NÃO PARECEM SUFICIENTES?

“Mas o barulho pode acordar os-”

EU NÃO LIGO, ASTRO! EU SÓ…

Eu só…

“Estes sentimentos parecem ser contraditórios ao que diz. Não compreendo… Algo não parece certo…”

Não… O quê, não! Não! Não, Astro, eu… 

Você tem razão, eu ligo sim. Eu ligo muito. Não quero acordar ninguém, muito menos o Benjamin.

Vem cá. Eu preciso de você comigo, amigão, mais do que tudo. Você é parte de mim e eu quero você do meu lado.

Eu só estou confuso… Um pouco frustrado, talvez com o coração partido… Talvez… Talvez com um pouco de ciúme de como o Ben voltou conversando com todo mundo, com aquela roupa bonita e grimório de lança e não pareceu nem um pouco interessado em me contar como foi. Talvez por que ele estava conversando e rindo com o Harry e eu não o via sorrir há alguns dias.

É… Eu acho que eu só estou assim porque se fosse eu, eu iria querer contar tudo pra ele primeiro.

A frustração, a raiva… É porque eu não o compreendo, e não parece que ele sente por mim o que eu sinto por ele. Talvez ele nem sinta mesmo… Afinal ele não falou nada quando eu me declarei… Embora… Depois que ele lutou com a Barbra deu pra ver que ele se segurou bastante quando lutou contra mim…

Por quê ele fez isso, afinal? Só porque eu não queria lutar? Ele poderia ter aproveitado pra exibir as coisas novas que ele aprendeu. Eu tenho defesas! Eu aguentaria!

…Não… Ele não é assim. Ele não faria isso. Se bem que eu não sei, né… Já que eu sei tão pouco assim dele…

…Quer saber? Que se foda.

Alma. Pedra.

Eu não quero saber.

No meio disso tudo eu percebi o que mais importa agora: Eu sou fraco. E eu estou assim porque eu me permiti. Porque eu era ingênuo e estúpido.

Era. No Passado.

Eu vou ser mais forte que todo mundo. Eu vou ser capaz de derrotá-los em batalha.

É o melhor jeito de protegê-los.

Há! Iá!

“A sala de treino não seria o melhor lugar para treinar, mago?”

Eu preciso ficar perto da pedra, cara. E aqui tem espaço.

“Sua preocupação com a casa não condiz com isso. Eu posso sentir sua hesitação conflitando com o resto.”

É… Ah, que se dane. Dentro da casa é dentro da casa, né pedrinha?

Kayki traz flutuando ao seu redor a pedra da alma, carregando o grimório e seu lápis no bolso, a ampulheta em uma mão e a rapieira na outra, seguindo em direção a sala de treino.

A mistura de cores em seu cabelo fica desaturada e desorganizada de forma que é até desagradável de olhar.

A nova ambição de ser o mais forte do grupo se sobressai aos outros conflitos.